- Área: 12228 m²
- Ano: 2004
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Fotografias:Cristiano Mascaro
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Fabricantes: Aluparts, Artesana, Brasfor, CMA, Carpet Center, Compacta, Concremat, Deca, Di-Som, Docol, Elco, Embu, Eucatex, Floraliz, Furukawa, Gerdau Corsa, Glassec, Grani-Torre, Mundial Poli Service, Heat Up, Heating & Cooling, +10
Descrição enviada pela equipe de projeto. Os tradicionais edifícios dos palácios de justiça até o início do século XX, projetados segundo o ideário dos Grand Prix de Rome, caracterizavam-se por estruturas formais inspiradas no classicismo arquitetônico, conotando a idéia de monumentalidade suntuária.
Além disso, os espaços solenes denotavam um aspecto apolíneo que não significavam somente a austeridade do Poder, mas também sua autoridade, como se essa imagem autoritária da Justiça correspondesse à imagem de uma sociedade da mesma forma autoritária.
Os grandes halls solenes da justiça, as Salas dos Passos Perdidos, exibiam essa monumentalidade tanto na escala como nos materiais nobres de revestimento.
A questão conceitual do projeto desse fórum, estava em como propor, numa sociedade democrática, pós-industrial e metropolitana, uma nova estrutura formal, uma semantização desse tema tão importante da arquitetura de edifícios públicos, e ao mesmo tempo fazer com que sua inserção na cidade pudesse significar uma singular relação biunívoca, uma metáfora da própria metrópole.
A centralização dos diversos setores da Justiça Trabalhista, anteriormente espalhados pela cidade, e a sua conseqüente verticalização, conquistando o espaço aéreo, constituíram as primeiras diretrizes para o encaminhamento da proposta do partido arquitetônico vertical.
O desenho do edifício, segundo esse eixo vertical, organiza os quatro blocos das varas judiciais, dois a dois, separados por espaços vazios de altura dupla, onde acontecem as atividades coletivas de apoio às cotidianas do complexo judiciário.
Esse partido vertical configura um grande espaço vazio central que integra todo o conjunto e para onde a visibilidade ampla e a plena integração decorrente da fluidez espacial conferem a necessária transparência às atividades burocráticas, oferecendo aos setores administrativos uma apreensão global do trabalho, e a desejada racionalidade substantiva às suas atividades.
Essa generosa área de 50 m x 50 m, dotada de vedações e cobertura transparentes, passa a configurar um novo espaço de acesso e distribuição, um elemento de integração de todo o fórum.
O antigo hall solene, autoritário e majestoso, encontra um novo significado – a Praça da Justiça – desenhada como uma nova praça da cidade de São Paulo, pois o nível térreo, apresenta as funções de restaurante, banco, centro telefônico, agência de correio, livraria e um auditório para 500 pessoas aberto à comunidade.
A circulação vertical se faz por 20 elevadores de alta velocidade, sendo quatro privativos aos juízes. Todos os andares estão interligados por um sistema de rampas múltiplas que conferem grande eficácia à circulação de cerca de 20.000 pessoas que diariamente demandam o fórum.
A cobertura de vidro da Praça da Justiça, a 72 metros de altura, foi tratada com um elemento de desenho modular que assume a característica de um muxarabiê suspenso no espaço conseguido apenas com alternância de diferentes películas de butiral – um plano controlador da luz solar no espaço da praça.
Assim desenhado, esse espaço forma por sua escala e volumetria uma nova praça da cidade de São Paulo, banhada de sol, mas protegida das chuvas e dos ventos, proposta como um lugar de encontro, convívio e concórdia entre os homens.